Foi uma terça-feira de desmentidos, todos desmentidos, por fim, em um comunicado oficial. Nota do jornalista Flávio Ricco, do UOL, assegurava, nas primeiras horas da tarde, a transferência de Cátia Fonseca, da Gazeta, para a Band. A apresentadora negou, via vídeo publicado em redes sociais. No início da noite, porém, a confirmação: Cátia assinou com a emissora do Morumbi, por dois anos, para um programa diário com cerca de duas horas – a primeira apenas para São Paulo, a segunda para toda rede, antecedendo o Brasil Urgente (16h).

Ao site da Band, Fonseca, que estreia em março e será dirigida pelo marido Rodrigo Riccó, comentou: “É uma oportunidade de falar com uma quantidade maior de pessoas, e eu adoro um desafio. Estou feliz por levar um conteúdo bem feito a tanta gente nesse país. Estou cheia de ideias”. Uma clara alusão ao alcance da Gazeta, em constante atrito com as operadoras de TV fechada, que se recusam a carregar o sinal do canal instalado na Avenida Paulista e de grande penetração, apenas, no estado de São Paulo. De fato, Cátia Fonseca pode e merece ir além.

Esclarecida, desenvolta e bem-humorada, a agora ex-âncora do Mulheres está no mesmo patamar de Ana Maria Braga. As duas são imbatíveis no trato com o telespectador: estabelecem um canal direto com o público, coisa que outras do gênero, embora se esforcem, não conseguem – ora soam “fofas” demais; ora pecam pela frivolidade. O envolvimento com as pautas do programa que apresentava, entre a sinceridade e a curiosidade, lhe rendeu o título de “musa do Top Five”, quadro do CQC – Custe o Que Custar (Band) que reunia gafes televisivas.

São quase 25 anos dedicados à televisão. Da extinta Rede Mulher, canal feminino do grupo Record, ao posto que fora de Ana Maria Braga, no Note e Anote (1999). E de lá, para o Mulheres, no regresso ao canal onde já havia comandado o Pra Você (1998). Nos últimos quinze anos, não foram poucos os boatos acerca de uma eventual transferência: RedeTV! e Record – de onde fora dispensada “pela imprensa”, após o acerto da emissora com Claudete Troiano – sempre apareceram no radar. Saiu a colega Mamma Bruschetta (Luís Henrique), para o SBT, mas Cátia ficou.

A Band, que há anos condiciona sua programação “feminina” ao Dia Dia, de Daniel Bork, não parece, a princípio, um destino “seguro”. A julgar pela redução do tempo de exposição, embora no ar para todo o Brasil, que Cátia terá. Uma hora parece pouco para o potencial comercial da apresentadora. A entrega de Os Donos da Bola, esportivo apresentado pelo ex-futebolista Neto apenas para São Paulo, não parece eficiente para um programa que pretende ser “uma janela de conexão principalmente com a mulher”, palavras do diretor de entretenimento Guillermo Pendino.

É esperar e conferir. Cátia Fonseca, certamente, se propôs um novo desafio. E que desafio! Estrear uma nova atração, partindo do zero – após quinze anos numa mesma função, com praticamente a mesma equipe, num mesmo ambiente -, é trabalho para gente grande. Cátia é enorme! E desta enormidade que a Band terá de cuidar, pacientemente, até os primeiros resultados. A estreia está prevista para março. Até lá, teremos três meses, praticamente, de avaliações, suposições e planejamento. Boa sorte aos envolvidos.


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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.