Desde esta quarta-feira (3), o Grupo NC começou uma campanha para renomear a afiliada da Globo no Estado de Santa Catarina. A antiga RBS SC foi comprada no ano passado pela empresa, que mudará tudo – de logotipos a identidade visual.

São três nomes: o primeiro é Lig, que remete à ligação. A segunda opção é a sigla NSC, que significa Nossa Santa Catarina. Já a terceira e última nomenclatura chama-se DNC, que remete ao DNA catarinense. A votação determinará o nome, e apenas depois terá uma data para definir a marca visual. A campanha irá até o dia 15 deste mês.

No entanto, algo curioso entre os três nomes surge à tona. A sigla NSC já foi usada por um canal de televisão, que teve vida relativamente longa e importante na TV por assinatura.

Trata-se do NSC – ou National Sports Channel, que ficou no ar entre janeiro de 2003 e dezembro de 2009, de posse dos jornalistas Octávio Muniz e Ana Christina Wense, que estão até hoje no meio esportivo.

Seu estilo era diferenciado, apoiando estritamente os esportes no Brasil, com brasileiros e para brasileiros, portanto totalmente diferente de outros canais esportivos.

Entre os eventos exibidos na emissora, que tinha carregamento apenas na operadora TecSat, que também já fechou, estavam eventos como o Campeonato Brasileiro da Série C durante quatro temporadas seguidas.

Além disso, foram exibidos vários campeonatos de futebol regional, como o Baiano, Pernambucano, Alagoano, Cearense, Paraibano, Sergipano, Goiano, Catarinense, Paranaense, Gaúcho, Mineiro, Brasiliense e o Paulista das divisões A2 e A3.

O NSC também é lembrado por uma transmissão ao vivo que durou quase quatro horas, a das Mil Milhas Brasileiras de 2005, tendo 18 horas de transmissão ao vivo, sem interrupção, com 4 locutores, 6 comentaristas e cinco repórteres.

O TV História entrou em contato com Octávio Muniz para falar sobre a situação e o jornalista foi bem enfático em suas afirmações sobre o caso.

A reportagem perguntou se ele acha correto o grupo usar o nome como opção: “Não, não acho, afinal NSC é um nome, uma sigla, reconhecida por todas as pessoas quando se trata de canal de televisão. São as iniciais de National Sports Channel, que abriu as portas para os regionais de futebol no Brasil, inclusive o de Santa Catarina, já que fomos donos exclusivos dos direitos, outorgados, por contrato, pelo falecido presidente Delfim Peixoto, meu amigo, entre outras grandes iniciativas. Eu, que além de sócio majoritário da empresa, sou jornalista e formado em marketing sei que, quando se abre um negócio, a primeira coisa a se fazer é contratar uma consultoria para, entre outras coisas, promover o estudo do nome e logomarca. Muito me estranha uma empresa deste porte cometer tal absurdo”.

Para quem duvida, Octávio diz ter provas concretas sobre o nome ser, de fato, de sua posse: “Sim, o nome é meu, criado por mim, registrado desde 2004, com contrato social ativo e lançado também na Receita Federal e na Junta Comercial de São Paulo. Ademais todos os demais nomes disponíveis para registro na web são meus, à exceção de uma única versão que, de maneira sabida e ardilosa, foi registrada neste ano por este Grupo NC. Além do mais, há todo o registro histórico disponível na internet mediante uma simples pesquisa. Neste aspecto me sinto confortável”.

Perguntado se já sabia do fato, Octávio diz que soube por amigos e internet: “Soube pelo Edu César, do site Papo de Bola, numa nota que ele publicou mês passado e que respondi. Nosso jurídico está atento aos movimentos e pronto para qualquer surpresas que por ventura venhamos a ter – mas, repito, não acredito”.

No INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), a marca NSC já pertence ao Grupo NC, bem como os outros nomes propostos na votação feita pela internet.

O porém é que um nome repetido denota falta de originalidade. Um caso parecido ocorreu recentemente com o Conversa com Bial, da Globo. Seu primeiro logotipo era extremamente parecido com o Conversa com Roseann Kennedy, da TV Brasil.

Ao ser notificada, a Globo comentou que, de fato, existia uma falta de originalidade na imagem, trocando a marca visual. Um caso parecido pode ocorrer neste momento com a ex-RBS Santa Catarina.

O TV História procurou o Grupo NC, que se disse surpreso com a informação, mas que não comentaria o caso.


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